1.
Eu nao faço nada,
es tu quem vens me lembrar.
E espero-te tranquilo entre as minhas maos
nesta obscuridade de soluçoes
como quem tenta ser
como quem sonha que nada está perdido,
que amanha, tal vez, os dois cansados
ou alegres pela vida e da morte,
caminharemos as ruas e os sonhos
a descubrir esquinas*,
a imaginar o tempo que nao existe,
a rir com os risos de outras luzes
ou a cambiar dores e saudades.
Nao lhe sobra** ao teu nome nenhuma letra,
nem um acento,
nem um traço de cheiro. Tu és o teu nome
enquanto a tarde sonha solidoes
que partilhamos. Só
está o sol como notário de tudo o que foi.
E aquela nuvem
que timideia indecisa, andorinha frustrada,
amor de tanto amor, contentamento*** impossível,
certeza de que foste.
Sabes que continuo çá. Sempre me encontras,
jogas com a vantagem do silencio.
Sou feliz ao sentir que me recordas,
que ainda me queres.
E te faço andar de costas pelos anos
para vir me ver.
Enquanto beijo a tua mao, meiga e fria,
aproveito-me até a ansia
sabendo-te indefeso:
Nao podes fugir do meu egoismo.
É a triste vantagem que temos os vivos.
* cantos ** sobeja *** felicidade
(Versión de Mario Ilde Velasco de Abreu Alves)
2 comentarios:
Me gustaría entender un poco el significado del título en este poema portugés.
Un saludo.
El título PALÍNDROMOS es el del libro. Éste, en portugués, es una versión que ha hecho un amigo. En español está también publicado aquí.
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