lunes, 15 de marzo de 2010

PALÍNDROMOS

2.

Ven e vai o ar desta tarde. Como se seu leque
continuasse a mascarar minhas tristezas. Venho a duvidar.
Nao sei a direcçao deste caminho.
Abril é solidao, é assim que a vida me ensinou a viver-lo.
Mas é outubro. O qué faço çá, apenas consolado pelo seu aroma
em agridoce estar, em ida e volta,
sem saber se hei de me quedar queto
como un morto que espera o seu sorriso
o andar fazia o encontro do absurdo.
Talvez haya na vida algum momento
em que o andar se volte retroceso
é a minha vez de sentir agora
esta perplexidade do sol que anda nos olhos
de un otem de mesmo agora e tao longiquo.

O cheiro dessa luz. Deve de ser isso.
Porque as luzes tem os seus cheiros
como a obscuridade tem o seu tato.
Igual que a distancia tem encontros.

Nesta tarde, circulo de si mesma,
vem o ar e vai embora,
tenro golo de luz que cheira a vidas de outras vidas
e se sufoca no meio da lembrança.
É a minha culpa, eu sei,
tanta angustia de ser, desasosego deste
andar sempre a bisbilhotar* entre presenças
que foram outros sonhos, outras tardes
com esta mesma dor que agora eu sinto.

* vasculhar

(Versión de Mario Ilde Velasco de Abreu Alves)


2 comentarios:

Anónimo dijo...

Me gusta. Es bello.....

Un saludo

Carlos Rivero. dijo...

Hola Jaime de nuevo!!.Qué tal?.Hay que ver cómo un poema versionado al portugués,adquiere un segundo sentido y transcendencia.Es como pasar de ver en 2 dimensiones,a ver en 3 con las gafas de la melancolía y musicalidad del portugués.Pero claro,se necesita buena materia prima..jejej.
Un abrazo amigo Jaime.